Com a expansão dos telefones celulares, surgiu o medo de que as radiações eletromagnéticas dos telefones e das antenas retransmissoras fariam, ou não, mal a nossa saúde.
Os estudos dos efeitos biológicos das ondas eletromagnéticas são de extrema importância. O celular, por exemplo, está cada vez mais presente no dia-a-dia da população em geral.
Esses efeitos podem ser divididos em ionizantes (térmicos) e não-ionizantes (não térmicos).
As radiações não-ionizantes despertam interesse devido ao fato de serem não apenas absorvidas pela pele, mas podendo penetrar tecidos do interior do corpo que não possuem terminações nervosas sensíveis ao calor.
Mais preocupantes do que as radiações eletromagnéticas emitidas pelo sistema de telefonia celular são as emissões das antenas de rádio e televisão, concentradas em torres localizadas nos pontos mais altos das cidades.
As fontes de radiação eletromagnética podem ser naturais, no caso da luz solar, ou artificiais, como a emitida pelas antenas de celulares e os próprios aparelhos telefônicos móveis, antenas de rádio e TV, e fornos de microondas.
O espectro eletromagnético abrange desde os raios solares, ultravioletas e infravermelhos, até os raios X e gama.
O exemplo do forno de microondas serve para explicar fenômenos como ocorre o efeito térmico provocado pelas radiações. Na realidade, o que provoca o aquecimento é a desenfreada movimentação das moléculas de água, contidas nos alimentos, que se agitam a velocidades fantásticas quando submetidas às ondas eletromagnéticas, que se propagam com a velocidade da luz.
O corpo humano, que também contém água, acaba funcionando de forma semelhante, absorvendo as radiações. No entanto, a única implicação comprovada referente à saúde humana, em conseqüência do uso dos telefones celulares, por exemplo, é relativa ao próprio aquecimento, que, apesar da proximidade do aparelho com o corpo humano, é quase imperceptível, em função da baixa potência, com um máximo de 0,6 Watts (W).
Assim como a sintonização de uma estação de rádio ocorre quando a freqüência da respectiva onda coincide com a maior quantidade de energia recebida pelo aparelho, ao funcionar como uma antena, um homem de 1,70 metro de altura absorveria a maior quantidade de energia eletromagnética, a 70 Megahertz (MHz) – a freqüência mais absorvida pelo corpo humano, com base nessa estatura média - que é emitida por esse grande número de antenas de rádio e TV instaladas em lugares como a Avenida Paulista.
As antenas de celulares, ou rádio-base, transmitem ondas numa freqüência de 900 Megahertz (MHz) e que o termo “celular” vem justamente do fato de se instalarem em células, distribuídas pela cidade, com cada base atendendo os usuários de sua vizinhança (que podem chegar a centenas), com alcance restrito.
No ambiente urbano, devido à quantidade de assinantes - há uma estimativa de dois milhões de usuários na cidade de São Paulo - a distância de uma radio-base a outra é de cerca de um quilômetro.
Já na área rural ou em estradas, essa distância pode chegar a 10 quilômetros. As torres de celulares têm uma altura média de 30 metros e apresentam potência bastante baixa, sendo de 100 a 1.000 vezes menor em comparação com as das antenas de rádio e de TV, essa diferença chegaria a 5.000 vezes.
Em medidas de potência efetuadas em São Paulo, constatou-se que as antenas de celulares emitiam 0,2 microwatt por centímetro quadrado, contra 15 a 20 microwatt por centímetro quadrado, das antenas de rádio e TV instaladas na Avenida Paulista.
Os possíveis efeitos carcinogênicos das emissões do sistema de telefonia celular deve-se a exposição prolongada de um sistema biológico a essas emissões eletromagnéticas e pode resultar em danos à saúde. A proliferação descontrolada de estações de difusão de rádio e TV, assim como de celulares, produziu uma densidade de radiação eletromagnética milhões de vezes mais elevada do que os níveis naturais.
Essa preocupação é justificada pelas estatísticas divulgadas recentemente pela ANATEL, segundo as quais, no Brasil, chegou-se ao número de 40 milhões de unidades de telefones móveis, ultrapassando o número de telefones fixos.
Com base nos dados apresentados acima, pode-se dizer que as torres de rádio e TV seriam muito mais prejudiciais a nossa saúde do que as torres e aparelhos celulares.
Além disso, não há nenhum estudo conclusivo que relacione o uso de celulares ao surgimento de câncer. Ainda há muito estudo a ser realizado e muito a ser investigado sobre o assunto.