Saltar de um veículo em movimento com segurança na verdade não existe, mas se algum dia você precisar fazer isso para salvar a sua vida, eis aqui algumas dicas.
A maior parte das pessoas certamente diria que, de conformidade com a lei da inércia, se deve saltar de um veículo em movimento para frente na direção em que se move o veículo. Mas, o que tem a inércia a ver com isso?
Suponha que você salte de um veículo em movimento. Que acontecerá? Quando você salta, seu corpo tem, – devido à inércia – no momento em que se lança no ar, a mesma velocidade do próprio veículo e tende a deslocar-se para frente. Assim, não seria melhor saltar para trás, uma vez que, neste caso, a velocidade seria subtraída da velocidade que, graças à inércia, possui nosso corpo e desse modo, ao tocar o solo ele teria menor ímpeto de queda?
Parece que nos defrontamos aqui com uma contradição. O que você acha? Na verdade, quer saltemos para frente, quer para trás, corremos o risco de cair, uma vez que nosso corpo ainda está em movimento quando nossos pés tocam o solo. Quando saltamos para frente a velocidade com a qual nosso corpo se desloca é, sem dúvida maior do que quando saltamos para trás. No entanto é muito mais seguro saltar para frente do que para trás porque, no primeiro caso, automaticamente lançamos uma perna para frente ou mesmo damos alguns passos para manter nosso equilíbrio. E fazemos isso inconscientemente, sem pensar, exatamente como quando andamos. Afinal de contas, segundo a Dinâmica, o andar não é mais do que uma série de quedas de nosso corpo para frente, evitadas pelo arremesso de uma perna.
Uma vez que não podemos fazer esse movimento de defesa quando saltamos para trás, o risco que corremos é muito maior. Além disso, mesmo que cheguemos a cair quando saltamos para frente, podemos suavizar o impacto com as mãos, o que é impossível quando caímos de costas.
Como você pode ver, saltar para frente é mais seguro, não tanto em razão da inércia, mas em virtude de nós mesmos. Esta regra, no entanto, não pode de nenhum modo ser aplicada aos pertences de uma pessoa. Por exemplo, uma garrafa lançada para frente, de um veículo em movimento, tem maiores possibilidades de se estilhaçar contra o solo do que quando lançada para trás. Assim, se você for obrigado a saltar de um carro em movimento e tiver alguma bagagem, primeiro atire as malas para trás e só então salte para frente, no sentido do movimento do veículo. Pessoas já habituadas, saltam muitas vezes para trás mas com as costas voltadas para a direção em que saltaram. Isso lhes dá uma dupla vantagem: em primeiro lugar, reduz a velocidade que o corpo adquire pela inércia, em segundo lugar, impede-os de cair de costas, pois que saltam para trás mas voltados para frente, olhando para a direção em que há mais possibilidades de quedas.
O seguinte e curioso incidente foi registrado durante a Primeira Guerra Mundial. Quando voava a uma altitude de dois mil metros um piloto francês viu o que tomou por uma mosca perto de sua face. Apanhando-a com um gesto rápido da mão, ficou surpreendido ao verificar que apanhara um projétil alemão. Mas, nada há de inacreditável nessa história de apanhar projéteis com as mãos. Um projétil, certamente não se desloca permanentemente com a velocidade inicial de 2.880-3.240 km/h. A resistência do ar reduz gradativamente essa velocidade a apenas 144 km/h ao fim de sua trajetória. Uma vez que um avião voa a velocidade semelhante pode facilmente ocorrer uma situação em que um projétil e um avião tenham, em movimento, a mesma velocidade, caso em que o projétil, relativamente ao avião e ao piloto, poderá estar parado ou movendo-se muito lentamente. Assim o piloto pode apanhá-lo sem dificuldade, em sua mão, especialmente se esta estiver enluvada, porque um projétil se aquece consideravelmente quando sibilando no ar.
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